Subiu
até o mais alto e reparando o mundo de cima percebeu que era a menor das criaturas
do mundo. Os pequenos vistos do alto viam uns aos outros, seus olhos cobertos
de desespero também os viam. Quanto a ela, só o silêncio que as vozes não
conseguiam quebrar, era agora todas as vozes que a expulsavam de si. Quantas
mulheres no mesmo ventre? Inúmeras e quase infinitas, meninas mortas com seus
sonhos coloridos inumados no mesmo esquife. Mulheres com suas veias dilaceradas
por paixões fulminantes, meninas que não se mostraram. Olhando cada face que
foi dela, cada dor e cada culpa, feridas expostas e olhos inquietos. Todas elas
dentro dela, elas todas diante dela. Nem menina, nem mulher.
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