Me abriguei na
noite escura
Deixei a chuva
molhar sem que pudesse sentir
Parei no momento
exato, teus olhos nos meus
Dedos
entrelaçados.
Senti tua
respiração na minha
E a dor de cada
lágrima tua, teu desespero
Senti teu
coração sangrar
Molhando minhas carnes
A chuva parecia
nossos olhos sem cessar
A cidade dorme,
ninguém vê, só nós.
Esse querer
desordenado que insisto não querer
Recusas o amor
sem que o possa desfazer
Acolho em meu
corpo nosso amor-menino
Envolto em teu
corpo
Explode estrelas
e faz festa em teus olhos
Cansado de
nossas recusas, faz bagunça
Estremece céus e
grita as nuvens, tão frágeis
Choram, choram o
amor desconsolado
O amor
desordenado, em clemência
veste o dia
cinza, deixa que o frio alastre.
Impiedoso, não
nos deixa dormir
Faz doer, doer e
os gritos ficam presos na garganta
Procuro o chão e
não estão em meus pés
Onde estão tuas
asas que me salvam?
Agora
faltava-lhe asas e sobra chão
Será o fim que
chegou ao fim?
O tempo é meu
cárcere só ele me liberta
Só ele me
condena, só ele me tira de ti
Você veio com o
cheiro do mar,
Eu te quis,
implorei que viesse logo
Rogo ao tempo
todos os dias,
Mais um minuto,
tá doendo
Deixa doer, me
traz o cheiro dela
E logo invades
meus sonhos e dança feliz
Posso sentir teu
cheiro, desespero.
Faço mais uma
prece, mais um sorriso
Deixa doer, me
traz os olhos dela
Um rio corre
feliz, teus olhos no meu.
Eu peço calma,
me falta pele, me falta alma...
Imploro ao
tempo, deixa doer, não a leve daqui
23/05/2012, o
ponteiro já nem queria marcar o tempo.
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