Parece que apagaram as luzes e nem a
chama da vela deixaram acesa, é um dia desses em que o estômago embrulha ao ver
um sujeito vomitar sua intelectualidade que de nada serve ao mundo. Grande feito
à humanidade, um canudo na mão e sua coleção de títulos. Salve ao
salvadorcentrismo, eis aí um deus-bolha, um deus-lata, um deus-bolha que se
vende em latas. Calem suas palavras adestradas, elas não tocaram as almas
impuras, elas não dançaram no ritmo de um pulsar desembestado de salivas
quentes.
As palavras possuem os seus possuidores,
o que eu escrevo é tão meu quanto de todos os que já foram comidos pelos
vermes, são mais daqueles que ainda nem as conhecem postas como estão. Palavras
aprisionadas a norma culta, palavras que são cuspidas de umbigos desdentados...
que me aferram as carnes de tão repulsivas que me soam, que roem os olhos, assim nunca mais verão as bocas malacafentas.
Deus-lata! Como é bondoso ao salvar-se,
deus-bolha! Evacue suas palavras avarentas, antes que elas adentrem meu sangue
e estando em mim feneçam. Faça uma rima e seja assim poeta, poeta das almas
desalmadas, degustem suas poesias embrulhadas em papel florido, dissimulem seus
medos em capas de coragem. Anistiem seus pecados. Não é pra isso que os deuses
servem?
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