quinta-feira, 23 de junho de 2011

NADA



Eu te deixei na memória

com esperança de nunca lembrar.

Dos dias de sol que um dia em teu rosto brilhou.

Escondida num canto de mim

Eu tinha certeza que chegaria o fim

das tempestades, dos raios...

Guardei teus olhos no escuro, no oco do mundo

E duvidei chegar a hora de querer buscar,

De me arriscar nas profundezas escuras

Só pra poder vê-los brilhar

Vê-los dentro dos meus com a profundidade do mundo

ver o meu EU na mesma angústia.

Joguei no infinito o meu grito

O amor intrigante do teu íntimo.

Fui até o fim do mundo, no oco, lento e profundo

Cortei minhas veias, e em cada uma das gotas do líquido que escorria

Das veias infectadas, lá você estava.

Tirei minha pele doente, manchada das suas marcas,

Me desfiz das retinas, pra não te enxergar,

Quebrei todos os ossos que havia em meu corpo,

Me desfiz dos cabelos e quando nada mais restava de mim, você estava!

No fim, no oco, no pó dos meus ossos,

na escuridão de meus olhos,

Nas minhas veias sem sangue, na minha carne sem pele,

Na minha falta de gosto, na minha inexistência...

Até lá, no vazio, no meu TUDO, no meu NADA

Você estava!

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