sábado, 17 de dezembro de 2011


Eu falo de amor por não saber amar,

Escrevo palavras soltas que me alfinetam as carnes

Descrevo a dor como quem a sente no suspiro final

O amor é suicida

Quando descubro que amo mato minha existência só pra reviver em outro ser

Respirar não me basta se não tenho teu cheiro no ar,

Falar de amor? Quero poder te amar.

sábado, 3 de dezembro de 2011

Meu Cristo em cores

Mais uma madrugada se chega, mais um dia se apresenta. Quantos Cristos nasceram?
Confesso que não sei, quantos nascem todos os dias e ao nascerem se tornam invisíveis... Nem chegou dezembro e as cidades se enchem de luzes e enfeites, ele o Menino, nem foi convidado para sua festa. Chamaram o bom velhinho rosado que recompensa os que passam de ano na escola, oxe! E Jesus que nunca pisou numa escola não vai ganhar presente? Nem mesmo o Redentor    que hoje quase amanhã ainda não tomou café. Que bonito a varanda daquela casa, parece ser um pinheiro cheio de bolinhas coloridas, eu enfeitaria o coqueiro, mas não tenho casa, ou jardim, não tenho praças. Então apenas olho os vidros das lojas e as vendedoras com um chapéu vermelho na cabeça.
Feliz Natal, o resto do ano a felicidade não importa, paz a todos os irmãos, irmãos?
 - Sim eu falei irmãos!
Hoje é Natal, troquemos os presentes, abracemos os entes “queridos”. Sorriam.
Natal, Capital, aqui o Cristo é loiro e tem olhos azuis, meu Cristo fugiu da Cruz e nasce todos os dias ele também é loiro e de olhos azuis, ele é negro, ele é de todas as cores você passa por ele e nem diz bom dia, outro dia encontrei com alguns deles numa rua movimentada, me levaram um celular e puseram um revolver na minha cabeça. Essa foi a oração que eles aprenderam.
Ele nem sabe que também é cristo, só o chamam de marginal. Ando mais um pouco e lá na frente Cristo outra vez, ele agora tem formas femininas e trabalha todas as noites nas esquinas da vida, ainda dizem por aí que ganha a vida fácil. Você já foi Cristo algum dia? Provavelmente nem se deu conta que tem um pouco dele dentro de si.
Procura-se! Não, ele certamente não está na propaganda, não é assim que vai achá-lo. Olhe em volta ele deve está em cada rua que você passar. Qual a primeira coisa que você lembra no natal? A festa, os presentes, os amigos, fim de ano e descanso, em que momento você lembra do Menino antes do Velhinho? Queria meu Papai Noel sentado num jumento, com um chinelo de dedo tenho pena do calor das botinhas nos pés, e apresentando o Reizado, que louva ao Jesus menino. Quero ouvir oxente no lugar de how, how, how, ou, rou, rou, rou.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Regressiva


Parece que apagaram as luzes e nem a chama da vela deixaram acesa, é um dia desses em que o estômago embrulha ao ver um sujeito vomitar sua intelectualidade que de nada serve ao mundo. Grande feito à humanidade, um canudo na mão e sua coleção de títulos. Salve ao salvadorcentrismo, eis aí um deus-bolha, um deus-lata, um deus-bolha que se vende em latas. Calem suas palavras adestradas, elas não tocaram as almas impuras, elas não dançaram no ritmo de um pulsar desembestado de salivas quentes.

As palavras possuem os seus possuidores, o que eu escrevo é tão meu quanto de todos os que já foram comidos pelos vermes, são mais daqueles que ainda nem as conhecem postas como estão. Palavras aprisionadas a norma culta, palavras que são cuspidas de umbigos desdentados... que me aferram as carnes de tão repulsivas que me soam, que  roem os olhos,  assim nunca mais verão as bocas malacafentas.

Deus-lata! Como é bondoso ao salvar-se, deus-bolha! Evacue suas palavras avarentas, antes que elas adentrem meu sangue e estando em mim feneçam. Faça uma rima e seja assim poeta, poeta das almas desalmadas, degustem suas poesias embrulhadas em papel florido, dissimulem seus medos em capas de coragem. Anistiem seus pecados. Não é pra isso que os deuses servem?

domingo, 27 de novembro de 2011

Medo do Mundo


Nada do que eu fizer, nada do que eu disser será suficiente para mudar o mundo, ando cansada das mesmas caras nas ruas, dos mesmos sorrisos pela metade, dos mesmos abraços gélidos, simples formalidade, soa como sinônimo de educação, acho mesmo é que gosto das pessoas mal educadas, mal interpretadas só por saberem que abraço não é mecânico é alma. Gosto das pessoas que são capazes de ficar zangadas comigo e com raiva do mundo. Dos meus poucos amigos que me olham nos olhos e me dizem que estou errada.

Estou farta de ver poesia onde há dor, meus olhos não aguentam ver as ruas “incolor”, será possível que não tenha cheiro ou sabor? Andar vagarosamente me rasgam as retinas, acho que assim como alguns ando infectada desse mundo doente, ando querendo ver cores por onde passar. Sempre quis mudar o mundo, não sozinha, essa vontade nasceu quando encontrei companheiros que acreditam ser possível um mundo novo. Enquanto esse mundo não chega tento respirar esse ar poluente.

Acho que ainda quero esse mundo que me fizeram acreditar, ele é tão simples que não consigo compreender como ainda não existe. Mundo onde as pessoas não são números, são simplesmente gente visível aos olhos da sociedade. Que as cores celebrem de fato igualdade entre todos os seres, sendo homens ou mulheres de todas as cores e lugares. Um mundo em que ser homossexual não seja motivo para morrer espancado por bárbaros. Que as diferenças de sotaque sejam motivo de orgulho, queria poder ouvir música boa em qualquer estação de rádio, mas o que ouço é apenas esculhambação, violência.

Estou cansada de tantos gritos não ouvidos, noite e dia essas vozes me acompanham, reclamam da TV que prende e te faz acreditar numa beleza que se compra e você jura que pode parcelar em mil tua felicidade que não passa de material ela vem com seus sonhos de consumo. Quero sentir a terra e ver crianças correndo nas ruas ao invés de estarem na frente de uma tela competindo pra ver quem mata mais em jogos absurdos.

Hoje tenho medo de ter filhos só por não saber se ele ou ela terá amigos que o afaguem em abraços e que troquem confidencias, não sei se suportaria ver meus filhos com amigos virtuais e se não tiver pele para ele ou ela? E se não tiver terra e chuva para que sinta que é tão natureza quanto os rios, pássaros, ar. E se não entender que não é máquina? Ando querendo o mundo que sempre quis. Ando com medo do mundo.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011


De tanto querer ele se fez presente

Não foi uma ou outra hora, ele está aqui

Vagando e atropelando o tempo.

Ele não me dói, me pára e afaga em dengos.

Não tenho voz nem cheiro...

O que resta de mim?

Aquilo que se esvai e não se perde.

O que te dou e permanece em mim.

Os interstícios na pele tragada...

Cuidados dolos de um almejar latente

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Tua Presença


Essa saudade que acompanha-me nos dias

É quase um sussurro da alma vazia, traços abstratos

Adágios torpes embebidos de resquícios de felicidade

Tuas formas dançam e me deixa sem ar,

E tua voz? Canto que me acalenta o infante guardado além mar.

Esses burburinhos que tomam meu íntimo só em tua presença!

Te sinto tão perto, que mesmo infinitamente longe

 Sinto o aroma suave que exala não tua pela, a tua alma.

Me sinto incapaz de conspurcar teu corpo,

Mesmo que seja apenas nos devaneios ermos...

Mesmo que seja em sonhos eloquentes.

Em ti, toda pureza de um anjo no corpo duma mulher.

Em mim, as paixões efervescentes do mundo maculado.

Há em nós, um por vir...

quinta-feira, 8 de setembro de 2011


As cores cercam meu mundo,
Se perdem em minhas mãos, são tantas.
Imagens do passado que fazem presente,
Tamanhos e formas formando o futuro,
Com brilho, sem tintas, pequenas e grandes.

Cores que meus olhos não podem ver,
Cores que pulsam e expulsam meus medos,
Tem manhãs que acordo em preto e branco, nublada,
em outros é quase um arco-íres que dança tocando o mar.

É quase a lembrança de quem não vi chegar.
As minhas estradas, embora desertas tem cores,
As minhas mudanças, são tantas sem cores,
Cores nas mãos, quando vejo teus olhos, cores...
Sete cores no céu, quando sorrir.
Imagem: Crystal França


domingo, 4 de setembro de 2011

ALMA LUZ

MINHA ALMA TEM O PESO DA LUZ
TEM O PESO DA MÚSICA
TEM O PESO DA PALAVRA NUNCA DITA,
PRESTES QUEM SABE A SER DITA
TEM O PESO DE UMA LEMBRANÇA
TEM O PESO DE UMA SAUDADE
TEM O PESO DE UM OLHAR
PESA COMO PESA UMA AUSÊNCIA
E A LÁGRIMA QUE NÃO CHOROU
TEM O IMATERIAL PESO DE UMA SOLIDÃO
NO MEIO DE OUTROS

Clarice Lispector

sábado, 20 de agosto de 2011


“Feliz por tudo isso”


Pelos caminhos que se cruzaram e desacreditam do acaso,
Pelas surpresas e descobertas que acontecem naturalmente,
Por perceber que vale a pena continuar sendo assim.
Pela confiança que a mim foi concedida, por teu olhar e sorriso,
Pela confusão e bem estar que você me causou, bem vinda.
Por me fazer sentir
                                     “Feliz por tudo isso”....

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

O que há de errado entre nós?

Por quais ruas você resolveu caminhar? Não faço nem ideia das tuas falas,

Fiz questão de apagar o dia e a esquina em que você soltou minha mão e saltou de minha vida.

Não faço questão de lembrar-me de tua fraqueza e covardia de evitar passear em meus olhos.

De ti guardei apenas os primeiros versos, as noites que passamos acordados, esperando o dia, dos vinhos e delírios guardo ainda nossas fantasias. Fiz questão de gravar dentro de mim, mesmo que não haja volta, o tom doce da voz que me acalma, as mãos leves que me deram forças.

Guardo aquele amor inocente, antes de apagar-me de uma só vez, antes de evitar os meus caminhos e passos tortos.

Guardo ainda aquela cumplicidade de amigos e amantes, dos teus pedaços colados por mim e dos meus moldados em tuas mãos.

Guardo os abraços, guardo teu corpo e gosto. Guardo as horas e os segundos...

domingo, 17 de julho de 2011


Adorei o CD Música de Brinquedo, eles foram ousados e criativos quando criaram e executaram esse projeto.
Sempre fui louca pelo som do Pato Fu, a voz da Fernanda Takai me traz paz. Esse ano finalmente pude vê-los de perto no FIG! Ainda não consigo descrever ao certo qual foi a sensação de esbarrar em tantas pessoas desconhecidas, passando uma a uma para poder chegar o mais perto possível do palco. A primeira reação foi ficar estática olhando fixamente a banda, depois uma felicidade me invadiu o peito fazendo com que cantasse e pulasse. E quando eles começaram a cantar a primeira música que ouvi "EU" fui ao delírio e inevitavelmente uma lágrima ionsistiu em rolar e fazer parte desse show.

Foi perfeito!

quinta-feira, 23 de junho de 2011

NADA



Eu te deixei na memória

com esperança de nunca lembrar.

Dos dias de sol que um dia em teu rosto brilhou.

Escondida num canto de mim

Eu tinha certeza que chegaria o fim

das tempestades, dos raios...

Guardei teus olhos no escuro, no oco do mundo

E duvidei chegar a hora de querer buscar,

De me arriscar nas profundezas escuras

Só pra poder vê-los brilhar

Vê-los dentro dos meus com a profundidade do mundo

ver o meu EU na mesma angústia.

Joguei no infinito o meu grito

O amor intrigante do teu íntimo.

Fui até o fim do mundo, no oco, lento e profundo

Cortei minhas veias, e em cada uma das gotas do líquido que escorria

Das veias infectadas, lá você estava.

Tirei minha pele doente, manchada das suas marcas,

Me desfiz das retinas, pra não te enxergar,

Quebrei todos os ossos que havia em meu corpo,

Me desfiz dos cabelos e quando nada mais restava de mim, você estava!

No fim, no oco, no pó dos meus ossos,

na escuridão de meus olhos,

Nas minhas veias sem sangue, na minha carne sem pele,

Na minha falta de gosto, na minha inexistência...

Até lá, no vazio, no meu TUDO, no meu NADA

Você estava!

domingo, 12 de junho de 2011

Imaginário-Poético concorre ao Prêmio Imprensa Maria Mariá


O blog Imaginário- Poético está concorrendo ao prêmio na categoria Blog pessoal, no blog você encontra as diversas categorias e faz a escolha dos seus blogs preferidos.
A realizãção do concurso é da Secretaria de Comunicação do Município, e idealizado por Clezivaldo Mizael.

Participe!

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Esperando por Mim

Acho que você não percebeu
Que o meu sorriso era sincero
Sou tão cínico às vezes
O tempo todo
Estou tentando me defender
Digam o que disserem
O mal do século é a solidão
Cada um de nós imerso em sua própria
arrogância
Esperando por um pouco de afeição
Hoje não estava nada bem
Mas a tempestade me distrai
Gosto dos pingos de chuva
Dos relâmpagos e dos trovões
Hoje à tarde foi um dia bom
Saí prá caminhar com meu pai
Conversamos sobre coisas da vida
E tivemos um momento de paz
É de noite que tudo faz sentido
No silêncio eu não ouço meus gritos
E o que disserem
Meu pai sempre esteve esperando por mim
E o que disserem
Minha mãe sempre esteve esperando por mim
E o que disserem
Meus verdadeiros amigos sempre esperaram por mim
E o que disserem
Agora meu filho espera por mim
Estamos vivendo
E o que disserem os nossos dias será para sempre.
                                                                                   (Renato Russo)

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Adeus!

Ele saiu sem me dizer adeus,
Arrumou as malas e se desfez no espaço
Opaco era a cor do tempo no dia do acaso!
Não sei quando foi, a que horas partiu...
Logo ele que me causou imensa dor
Tamanho estrago vestido de cinza em dias nublados
Ah! Como pude não notar sua ida?
Nenhuma imagem sua acorrentada a minha mente.
És livre, sou leve posso até sentir o cheiro das nuvens!
Tão livre e liberta a ponto de querer acorrentar-me
Em novas imagens, sorrir por bobagens.
Teu beijo antes doce, antes nuvens, céu e inferno...
Teu hálito antes minha pena de morte, minha salvação...
Teu corpo abrigo da minha alma, agora só teu!
Beijo, hálito, corpo... TEU!
Como é bom poder olhar nos teus olhos
Sabendo que o amor me deixou.
Adeus meu lindo AMOR!
Adeus aos teus em mim...

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Na Veia: Cordel do Fogo Encantado.


Eu vou cantar pra saudade
Com seu vestido vermelho
E a sua boca
Eu vou cantar pra saudade
Descer na minha cabeça
E comandar sua festa
Aquele cheiro, som, imagem do teu corpo incendeia
E um rio carregado de saudade vem correr na minha veia
Na veia, amor, na veia
É como a luz da lua que atravessa a parede da cadeia
Clareia mais forte que o sol
E Quando a saudade chegar com seu batalhão de agitadores
E tantas bandeiras
Vou cantar aquele som da gente
Vou rasgar o teu vestido novo


Vidrada nas composições do Cordel, pena que tenha chegado ao fim,
geniais, poéticos, ricos da nossa cultura bela e mista!


quarta-feira, 18 de maio de 2011

Um pouco do que gosto!


A partir de hoje compartilho não só os meus rascunhos, mas obras geniais que fazem parte do meu cotidiano. E para um bom começo vai um pouco de Chico Buarque!

Apesar de Você

Amanhã vai ser outro día
Hoje você é quem manda
Falou, tá falado
Não tem discussão, não.
A minha gente hoje anda
Falando de lado e olhando pro chão.
Viu?
Você que inventou esse Estado
Inventou de inventar
Toda escuridão
Você que inventou o pecado
Esqueceu-se de inventar o perdão.
Apesar de você
amanhã há de ser outro dia.
Eu pergunto a você onde vai se esconder
Da enorme euforía?
Como vai proibir
Quando o galo insistir em cantar?
Água nova brotando
E a gente se amando sem parar.
Quando chegar o momento
Esse meu sofrimento
Vou cobrar com juros, juro!
Todo esse amor reprimido,
Esse grito contido,
Esse samba no escuro.
Você que inventou a tristeza
Agora tenha a fineza
de “desinventar”.
Você vai pagar, e é dobrado,
Cada lágrima rolada
Nesse meu penar.
Apesar de você
Amanhã há de ser outro dia.
Ainda pago pra ver
O jardim florescer
Qual você não quería.
Você vai se amargar
Vendo o dia raiar
Sem lhe pedir licença.
E eu vou morrer de rir
E esse dia há de vir
antes do que você pensa.
Apesar de você
Apesar de você
Amanhã há de ser outro dia.
Você vai ter que ver
A manhã renascer
E esbanjar poesia.
Cimo vai se explicar
Vendo o céu clarear, de repente,
Impunemente?
Cimo vai abafar
Nosso coro a cantar
Na sua frente.
Apesar de você
Apesar de você
Amanhã há de ser outro dia.
Você vai se dar mal, et coetera a e tal,
La, laiá, la laiá, la laiá…….

domingo, 15 de maio de 2011

Sem jeito!

Já te dei tudo o que tinha
Meu corpo, meus pedaços em parte
Já te dei meu peito em pranto
Estanquei meu sangue a cada dia
Limpei minhas feridas
Fui ficando vazia, toda vez que te ouvia.
Volta não, sei que queria
Mas outra porta abriria
Meu coração tá cheio de mágoas
Não aguentaria, ver os teus olhos
E descobrir que neles, amor não havia
Fiquei na janela, todo dia uma espera
E o amor não diminuía.
O pôr do sol, o nascer da lua e as tardes lentas
Meu coração bem que queria... Teu corpo minha pequena
Meus olhos fechados te viam,
Lá longe no silêncio que me acalma
Eu bem que podia pedir para você ficar
E tentar te impedir de voar.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Vazio

E agora?
A madrugada chegou, não sei o que escrevo,
A mente se despe e estando nua infértil
Diante da folha com linhas azuis
E se assim não fosse era de uma brancura
Que me lembra chuva em gelo...
Tão vazia que me faltam os sonhos
E sem eles como me deito?
Mais algumas horas...
Nada de cor,
Ainda não é dia, já não é noite
Continuo vazia, não de alma, não de corpo, apenas de mente.

Luana Tavares, Maceió 23.01.11

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Vai – Vem


Lá vai o trem fixo nos trilhos
Já vem o menino metido na capoeira querendo o rio
Fumaça vai e vem, vem e vai.
Escorrega o menino, sem pressa vem e vai, vai e vem
Sem pressa vão os meus olhos cortando os canaviais
A fumaça incomoda os pulmões,
O vai e vem do facão me sufoca, me cala e cansa!
Ao longe avisto a montanha, de perto é só CANA
CANA da GANA,
PALHA que ARDE
GENTE que MORRE
Pra lucrar o SENHOR DE ENGENHO
Corre o trem, ele vai e vem, vem e vai dentro dos canaviais

Luana Tavares – 31 de Março de 2010
Na estrada (indo para Ibateguara)

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

                          A simplicidade de uma noite
A suavidade de um luar
Brisa, areia, mar...
Amigas unidas pela rainha do mar
Diferentes e cada vez mais iguais
O fogo é o elemento
O mar é o alimento
Noite de luar
Lua de brilhar
Estrelas ter
Em cores viver
Vermelha, amarela, lilás, verde, rosa e azul...
Em arco-íris se perder
Minutos sou eu
Segundos sou ela
Horas somos nós...
Te olho e me vejo
Me olho e te conheço
Lua de brilhar
Brilho de luar
Luana de amar...

                                                                         Nikelly Ferreira 28.01.2011

sábado, 29 de janeiro de 2011

Reencontro

Você parecia distraída, eu de longe observava teus gestos
Não podia ser real, você estava diante de mim outra vez
O que fazer? O que dizer?
Faz tanto tempo, mas você era a mesma,
Em gestos, olhares, sorriso.
Meu desejo era o mesmo, quase uma necessidade.
Tempo, ele estava mesmo ao nosso favor!
Nós outra vez, a minha pele te procurava eu me perdia,
Você me tomava, eu te bebia, beijava-a como da primeira,
Beijava-me como a última!
Idas e vindas, eu e você. Nenhuma palavra era muito desejo.
Teu toque e tua voz, composição de prazer,
Libido!?!
Tremor e vibração, as mãos tremulas ao sentir teu corpo vibrar,
Senti teu gosto na minha saliva, doce, salgado.
Te segurei em meus braços e me tive de volta...
Até quando? Não sei...

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Na mente

As horas passam despercebidas,
Em instantes me descuido
Ouço o som da tua voz,
Desperto e vejo que tava na memória
Um novo instante e por instantes...
Tua imagem invade, toma todos os pensamentos,
Quem é você?
Não sei o que sente
Palavras e apenas palavras
Insuficientes diante do turbilhão.

Luana Tavares

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Menina

Que se abram as cortinas
E mostre o sorriso
Que da boca... o gosto sinta,
Do mais doce ao amargo
Que assim se faça alegre ou triste
Mas que me faça tua por inteiro
Sem acrescer virtudes, nem tirar defeitos
Que não falte o calor,
Te peço Menina
Que em meus olhos mergulhe
E nos teus olhos me encontre
Me queira menina!
Se faça o instante
E no instante devore, sacie...
Me faça menina num instante amante.

                   Luana Tavares

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Instantes

A chuva cai forte
A noite vai devagar
Teu cheiro em meu corpo
Os minutos vão devagar
Meus pensamentos desatentos
Remetem-me ao que já foi
É uma súbita alegria
Torna-se constante, no intimo
No infinito sabor do teu beijo
          Luana Tavares

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Ondas meninas.

O coração da gente parece com as ondas
Hora revolta
hora tranquila
furiosa
agitada
pacata
serena

O coração da gente parece criança
se encanta, ri e comemora
faz birra, se amarra e chora
O coração da gente são ondas meninas

confunde, completa, machuca
É estranho, anormal e sem lógica


Luana Tavares - 09.01.2011

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Aos leitores

Por alguns dias ficarei sem postar, o tempo é curto e no momento
estou organizando a minha vida de professora (provas, recuperações, cadernetas),
organizando também minha vida acadêmica, alguns trabalhinhos por fazer.

Voltarei a postar nos próximos 10 dias...

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

ESPUMA BRANCA 2

Ao amanhecer, gélido e tranquilo
Em degradê verde azulado.
Ao anoitecer, quente e revolto
Em coloração uniforme.
Procuro, e logo ali encontro...
Som cativante;
Solo enérgico
A maresia me beija,
A espuma me refresca
O seu cheiro...
Sacia-me dos pés a cabeça
Olho-te buscando respostas
De perguntas que nem sei
Quero várias certezas de um simples talvez
É equilíbrio...
Tens a paz que eu tanto necessito!

Nikelly Ferreira 01.01.2011

sábado, 1 de janeiro de 2011

2010...

Menino levado
menino travesso, não sei se o conheço.
Hora fui eu a mesma de sempre...
dois minutos e fui a mesma de ontem...
mais um instante, me desconheço.
Você nasceu,  22! Eu parei você se foi, 23!
Você se escorreu de mim levando meus 22.
Você se escondeu das minhas retinas e me deixou 23.
Como foi exigente, me queria contente e me fez diferente
Outrora indiferente, inconstante e até inocente.
Tirou meu riso, me deu o pranto e de quando em quando acalento
Abracei a felicidade, me agarrei ao medo engolindo o desespero
Troquei terra firme por pedras soltas no ar.
Na veia decorei as palavras, eram de areia!
Com os pés firmes no ar pude gritar
Sufoquei meus sonhos aprisionados...
Me vi, veio a mim num retrato, prisioneiro
Atordoado, guardei-o num suspiro rápido.
Meus pés voltaram ao chão, cambaleantes,
dançavam livres, eles sorriam.
Meu coração zombava dos olhos ainda meninos,
Meu corpo ria daquele descompasso, desafinado
Acolhi a vida em meu colo sussurrando em meus ouvidos
As pernas agoniadas... falantes, saltitantes...
E eu em meus eus, todos em mim!
E agora que passou me restam as cores...
Formando as imagens em preto e branco
Agora que virou antes sinto melhor teu gosto
Hoje, melhor que ontem sei que AMO!
Os amigos que abracei emocionada com teu nascimento,
Hoje? Melhor que ontem! Sei que nos AMAMOS!
Os irmãos que assistiram em lágrimas a tua ida!

Luana Tavares - 01-01-11, maceió.