quarta-feira, 23 de maio de 2012


Me abriguei na noite escura

Deixei a chuva molhar sem que pudesse sentir

Parei no momento exato, teus olhos nos meus

Dedos entrelaçados.

Senti tua respiração na minha

E a dor de cada lágrima tua, teu desespero

Senti teu coração sangrar

Molhando minhas carnes

A chuva parecia nossos olhos sem cessar

A cidade dorme, ninguém vê, só nós.

Esse querer desordenado que insisto não querer

Recusas o amor sem que o possa desfazer

Acolho em meu corpo nosso amor-menino

Envolto em teu corpo

Explode estrelas e faz festa em teus olhos

Cansado de nossas recusas, faz bagunça

Estremece céus e grita as nuvens, tão frágeis

Choram, choram o amor desconsolado

O amor desordenado, em clemência

veste o dia cinza, deixa que o frio alastre.

Impiedoso, não nos deixa dormir

Faz doer, doer e os gritos ficam presos na garganta

Procuro o chão e não estão em meus pés

Onde estão tuas asas que me salvam?

Agora faltava-lhe asas e sobra chão

Será o fim que chegou ao fim?

O tempo é meu cárcere só ele me liberta

Só ele me condena, só ele me tira de ti

Você veio com o cheiro do mar,

Eu te quis, implorei que viesse logo

Rogo ao tempo todos os dias,

Mais um minuto, tá doendo

Deixa doer, me traz o cheiro dela

E logo invades meus sonhos e dança feliz

Posso sentir teu cheiro, desespero.

Faço mais uma prece, mais um sorriso

Deixa doer, me traz os olhos dela

Um rio corre feliz, teus olhos no meu.

Eu peço calma, me falta pele, me falta alma...

Imploro ao tempo, deixa doer, não a leve daqui


23/05/2012, o ponteiro já nem queria marcar o tempo.

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